VEIO NO VENTO
Outros poemas encontrados em folhas soltas de livros
Em então, noite fria
Quando o inverno rouba do céu
Da Itália amada
O rosto das estrelas
Com que se orientam os pastores.
Então eu te diria do amor desesperado
Que esta terra de flores e raízes
Faz nascer nos adros de minha alma.
Na última página em branco de Pablo Neruda – antologia poética 1
Nápoles/Roma 28 - de dezembro – chegando para partir (1985)
Onde está a vida
Dos que fizeram a palavra
Ser a cidade imemorial?
No alto da página 196
E estavam os objetos da noite
Pregados no vidro da lenta memória,
Em azas de gaivotas azuis
Mortas de tanto voar
Em busca de flores de esmeraldas
E sorrisos de virgens desaparecidas
Na bruma da manhã
Na densa nuvem úmida da manhã
Onde nascem, todos os dias nascem
Dançarinas, mágicos e mortos.
...
na parte de baixo da página 134
Milano/Assisi – 20 de dezembro
Alguma coisa de uma imensa fuga
Que não sei se vai e que amanha dentro
Algo que cava nas palavras fundos poços
Como fazem os prisioneiros à noite
Contra o terror do calabouço.
No baixo da página 35 Campinas/Rio – caminho de Roma – 10 de dezembro de 85.
Mas acima do poema estava escrito: Bogotá/PANAMÁ – 11JUNHO 83
Para cada poeta que ganha um prêmio
Milhares de outros não ganharam nada.
Então só vale o prêmio se não for contra os outros,
Mas em nome de todos.
Pois pela Grécia e por todo o mundo
Todos os poetas são um só e uma só voz
Ressoa no que dizem todos
Através da voz de cada um.
Entre as páginas 87 e 89 do livro de Poesias de Salvatore Quasimodo, coleção Prêmio Nobel
24 de janeiro de 2001
Nenhum comentário:
Postar um comentário